domingo, 20 de fevereiro de 2011

Basta

“Que chama! “ – Disseste-me tu ao meu ouvido
“Qual chama?” – Perguntei prontamente sem receio da resposta.
“A nossa chama!” – Respondeste com um longo sorriso nesses lábios carnudos, vermelho vivo e com uma paixão imensa a surgir do teu olhar fixante.
Não tive reacção. Só queria fugir. Fugir? Não, ficar para sempre em teus braços. Podia? Não, não queria, nem podia ser a outra, aquela a quem tu ligas e dizes “ vem ter comigo ao nosso sítio. Preciso de ti agora. Vem.”
Eu ia. Porque? O amor.
Que raio de palavra e’ esta? AMOR? Será que não e’ algo da nossa pura e ingénua imaginação? Quero tanto acreditar que sim, mas sei que não o e’. Algo forte, capaz de magoar. Sim, as vezes magoa, como e’ o nosso caso. Nosso? Eu disse nosso? Retrocedo. Não era algo que queria que saísse da minha boca.
Agarras-me como se nunca houvesse uma próxima. Sempre dizia a mim própria: “Não haverá próxima, não pode haver próxima.”
Percorres-me o corpo com as tuas longas mãos. Deixas marca naquele ponto, aquele único ponto que somente tu conheces. Sou incapaz de dizer que não. Não consigo. E’ mais forte que eu. Os teus grossos lábios percorrem toda a minha face, todo o meu pescoço e… não preciso de dizer muito mais. Que folgo que e’ preciso. Dizes-me que te dou prazer como nunca ninguém o fez. Sim? Não. Se o era porque não a deixas? Já sei, a resposta e’ sempre a mesma – “Um dia. Um dia serei somente teu.” E quando e’ esse dia? NUNCA. Dizes sempre o mesmo. Tenho de dizer basta. Vou dizer basta. BASTA!

1 comentário: